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"A gente muda o mundo com a mudança da mente." Sobre mudanças de pensamento

  • Bruna Souza
  • Sep 4, 2015
  • 5 min read

Nesse exato momento, em algum lugar do mundo, existe alguém realizando uma coisa boa. Pode ser simples, como um favor para um amigo. Pode ser heróico, como um resgate de um incêndio. Seja o que for e onde for, há sempre alguém a fazer algo que favoreça uma outra pessoa.


Ouvir isso é necessário. E me parece que cada vez mais necessário nos tempos de hoje. Diante das barbáries que temos visto por aí, guerras, desrespeito, atrocidades que nunca tínhamos notícias, parece que chegamos em um ponto de vida que carecemos de escutar os exemplos de honestidae e de bondade humana. A maior parte do conteúdo que é veiculado na TV e outras Mídias é de notícias de cunho bastante negativista. São atrocidades, de tragédias, desespero que ardem no peito de quem se propõe a sentir a causa com profundidade. E não só na TV e nos jornais de esquina essa onda de negatividade e terror tem se impregnado em nosso estilo de vida: é visível que nas posturas das pessoas também podemos ouvir a reprodução de pontos de vista altamente negativistas e desanimadores. Basta começar a perceber quantas frases pessimistas ouvimos em um só dia. “O governo não presta! O País está em crise! Os homens são todos grosseiros! A nossa juventude está perdida!”. Hà muita desesperança entre nós!! Tantas reclamações vão, aos poucos, se infiltrando no nosso sistema psíquico, e nos levando a um estado de descrença humana, de descrença com a humanidade.


Mas as atrocidades não vem de hoje em dia. Talvez elas apenas estejam mais evidente, com a conexão global. Desde os tempos mais remotos temos no mundo guerras e desavenças mas o que muda atualmente é a forma - e a quantidade-com que esses desentendimentos chegam até nós. Na nossa vida moderna somos invadidos dentro do descanso de nossas próprias casas com um gesto simples: o de acionar o botão da Televisão. Mario Vargas Llosa (jornalista chileno, recebeu prêmio nóbel de literatura em 2010), tem um livro chamado “A civilização do espetáculo”, onde ele faz duras críticas a nossa forma de cultura televisionada. Nesse livro, o autor não foca nos jornais televisivos (que são altamente direcionados, em sua maioria, para as notícias de tragédia), mas sim para as nossas formas de entretenimento. O autor diz que o tipo de entretenimento que temos hoje tem contribuído para um empobrecimento de intelecto e de capacidade de raciocínio das pessoas. De fato, sabemos que em muitas das nossas piadas televisionadas podemos ver tolices que beiram a banalização das coisas. Muitas delas, inclusive, são formas veladas, ou explícitas, de preconceito -- O documentário de Pedro Arantes chamado “o riso dos outros” trata desse tópico e dá para acessar o filme por este link: https://www.youtube.com/watch?v=zqlRD3E72sI.


Diante de tudo isso, de tanta banalização, atrocidades, dificuldades em lidar com o diferente, como podemos então mudar a chave de nossos pensamentos negativistas, e começar a ver o lado bom das coisas? A psicologia do comportamento explica que os nossos hábitos constroem as nossas crenças. Isso esquivale dizer que o hábito em consumir algo faz com que esse algo se expanda. Há um ramo da neurociência que explica que estar em contato constante com algum tipo de elemento faz ele ser reforçado dentro do cérebro da seguinte forma: se você pensa que não existem políticos honestos, e vê na televisão a corrupção sendo apontada todos os dias, essa frase se repete como um circuito neuronal fixo. Esse circuito é ativado de modo que toda vez que se fala em política brasileira, está conectado com esse conjunto de opnião, que no caso é a corrupção. Ou seja, os hábitos são fortalecidos conforme os alimentamos. A pessoa que alimenta sempre os mesmos circuitos começa a ter crenças muito fortes, credos rígidos (Isso é explicado de maneira bem legal no filme “Quem somos nós?| 2004). Por isso, é interessante pensar em pontos de vista diferente para ampliar a percepção das coisas. Se mudamos com certa freqüência aquilo que fazemos no nosso dia, o que comemos, assistimos, e as nossas conversas, teremos mais facilidade para mudar também a nossa forma de ver a realidade. Um ditado muito famoso do Buda diz que a nossa forma de ver a realidade das coisas faz a nossa própria realidade pessoal. Ele diz : “O que você pensa, você cria.. O que você acredita, torna-se sua realidade.”


Sendo assim, mudar nossos meios de notícia, conversar com pessoas diferentes, frequentar outros lugares a que estamos habituados podem ajudar a criar perspectivas e percepções diferentes do mundo. Hà uma série de pequenas mudanças de hábitos que podem ter um impacto significativo em nossas vidas. Para quem quer continuar "antenado" com as notícias, uma alternativa interessante para a mídia convencional é a WEB com seus Blogs (aqui estamos nós!). Atualmente hà diversos tipos diferentes de blogs na rede, desde os de divertimento aos de notícias, e alguns que fazem ambos. O Hypeness (http://www.hypeness.com.br/) é um exemplo de blog bastante diverso. Ele divulga notícias de inovação, negócios, arte, publicidade, entre outros. O reddit( https://www.reddit.com/) é também um site de notícias com muitas opções (em inglês). E tem o nosso blog aqui, o Coletivo Inconsciente. :-) . Nossa pegada é focar em Auto-conhecimento e cultura, e de ser um espaço colaborativo em que muitas pessoas contribuem, escrevem e dialogam com os textos.


Um outro pequeno hábito mas de impacto muito grande é junto das pessoas que lidamos. É o hábito de ver as coisas a partir de outros pontos de vista. Tratando do negativismo social e do terrorismo espalhado, uma ação interessante é de assumir o lado otimista diante as exclamações pessimista das coisas. Ao invés de perpetuar dramas como “os homens não prestam” ou “está muito difícil conseguir um emprego”, podemos começar a pensar diferente, e a conversar sobre essas diferenças, Podemos ser pequenos agentes que lembram as pessoas de que por detrás das coisas difíceis da vida, também existem outros pontos a serem pensados. É uma forma de facilitar para que se pense em alternativas quando nos sentimos "em um beco sem saída". É adotar um modo mais propositivo de ver as coisas. E quado, por exemplo, quando alguém vier se queixar do mercado de trabalho e da falta de emprego, podemos propor que os empregos são gerados também por pessoas autônomas (você sabia que há um dado que em torno de 30% das profissões que estão o mercado hoje em dia não existiam há 20 anos atrás?. Sim, pode ser que esteja difícil arrumar emprego, que o País esteja em uma crise, em diversos setores. Mas, o que podemos fazer para mudar isso e como podemos pensar a respeito das coisas? Quantas vezes nos aconteceu de achar que algo era ruim e nos foi bom? Repetir a dificuldade da vida, as nossas mazelas e dores, desconsiderando a verdadeira emoção, mas como um mantra e uma queixa automática, não é uma forma eficiente de resolução desses problemas. Pelo contrário, eles trazem desgotsto pra quem ouve e pra nós mesmos. É um hábito que amplia o sofrimento psíquico humano. Nós psicólogos vemos que a mudança de alguém começa a acontecer quando essa pessoa passa também a mudar seu ponto de vista diante das coisas que lhe acontecem, e passam a ver as coisas a partir de expectros mais amplos.


É sempre possível fazer diferente, assim como é possível enxergar um mesmo objeto a partir de diferentes ângulos. É um exercício, onde para isso existem várias técnicas. Técnicas de mediação de conflito, de meditação... Atualmente tenho andado por aí apaixonada por uma tal de "comunicação não violenta" (pra quem quer saber mais, só digitar isso no Google), é uma técnica maravilhosa, de mudança de pensamento e hábito nas comunicações. Então, ferrmanetas existem, e pessoas esperançosas - e atuantes!- também. Basta que a gente lembre sempre de "limpar" a nossa visão, e de procurar. Como quem procura Wally na multidão.

Trabalho do artista russo Alexey Bendnij sobre perspectivas

Bruna Regina Souza

 
 
 

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