Liberdade
- Demerval Bruzzi
- Jan 29, 2016
- 2 min read
Sempre que assisto ao curta ILHA DAS FLORES me arrepio com o final, onde o narrador diz algo mais ou menos assim:
“Que o ser humano se diferencia dos outros animais entre outras coisas por
ser LIVRE. Sendo livre o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma
palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e
ninguém que não entenda”.

É chocante ver as imagens de uma pessoa no lixão recolhendo, às vezes, a própria comida, ao
mesmo tempo em que estas palavras são proferidas.
Ainda mais quando os telespectadores são pessoas que não estão sujeitas aquela situação.
No entanto, sempre que reflito mais profundamente sobre o assunto, me pergunto: “Somos
realmente livres?”
Afinal, se somos livres, deveríamos andar livremente pelas ruas sem medo de assaltos ou
sequestro relâmpagos, pois, além do pagamento suado de nossos impostos para garantir
nossa segurança com um bom efetivo policial, o correto seria que aqueles desrespeitosos da
lei, estarem sem sua liberdade.
Deveriam ser aqueles que desrespeitam a lei, os temerosos por sair às ruas, para não serem
capturados. Deveriam ser aqueles desrespeitosos da lei, os primeiros a temerem. Deveriam ser estes os que necessitam de suas casas protegidas com caros sistemas de alarme para não
serem pegos de surpresa, ou ainda, deveriam ser os chamados marginais a andar com
seguranças para que não sejam capturados por um grupo de policiais bem intencionados em
manter a lei e a ordem natural das coisas.
A ordem natural, naturalmente parte do principio básico de que bandido não tem liberdade
para cometer seus crimes. Ops...mas a descrição acima, não esta dentro ordem atual de nossa
sociedade, afinal, vivemos com medo de andar na rua, estacionar nossos carros, e nossas casas são verdadeiros presídios de segurança máxima.
Nós seres naturalmente isentos, não podemos mais andar em total liberdade pelas ruas, pois
menores de forma licenciosa cometem delitos apoiando-se em seus direitos de proteção a sua
liberdade para um crescimento sem opressões (da chamada classe social abastarda), silenciam filhos e filhas de trabalhadores que sob o julgo da marginalidade perdem sua liberdade à própria vida.
Assim, aprisionamos em caixões nossos sonhos com nossos entes queridos sem ter o direito à
liberdade de expressão publica contra aqueles que livremente elegemos para nos representar
de forma livre; e assim conduzir nossa nação a um futuro de crescimento com segurança,
saúde, educação sem censura, de forma democrática a fim de nos permite o direito a nossa
liberdade.
No Brasil primeiro os índios depois os negros foram tolidos de sacudir o julgo para seu próprio beneficio.
E depois de escrita, lavrada e sacramentada a abolição, trouxe a inapropriada liberdade,
aqueles que outrora foram livres de nascimento.
Agora prisioneiros sociais, não mais escravos de um senhor, passamos todos herdeiros desta
linhagem de escravos aprisionados pelos que elegemos como representantes.
Somos hoje os atuais prisioneiros sociais, prisioneiros do sucesso, da beleza, da morada, do
transporte (seja publico ou privado), da gastronomia, do amor, da segurança, educação ou
simplesmente do direito de viver livremente.
Nos falta à soberania, para podermos viver de forma autônoma com primazia, buscando como qualquer cidadão a supremacia necessária para o pleno domínio de nosso livre direito
constitucional de ir e vir em liberdade.
Prof. Ms. Demerval Guilarducci Bruzzi
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