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Introdução à astrologia: os três movimentos

  • Bruno dos Santos Costa
  • Jul 6, 2016
  • 3 min read

Vimos na primeira parte (Introdução à astrologia: os quatro elementos) a divisão essencial da realidade nos quatro elementos. No entanto, ‘4’ é um número que denota o estático (pense nas pernas de uma mesa ou cadeira), sendo a adição ou multiplicação de dois números pares: 2 + 2 = 4; 2 x 2 = 4. Na polaridade essencial, o positivo é dinâmico (ou tende ao dinamismo) e o negativo é estático (ou tende…), ou seja, ‘1’ sugere movimento, e ‘2’ sugere falta de movimento (quente e frio). Ora, se pensarmos, ‘1’ por si só não move (1 x 1 = 1), ele deve ser adicionado ao já-estático ‘2’ – nos dando ‘3’ como o número do dinamismo real, por oposição ao dinamismo conceitual (‘1’ saindo de ‘0’ – ou seria ‘-1’? ou ‘i’?).

Por isso, apesar de a cruz elementar nos fornecer a estrutura arquetipal básica, é necessário acrescentarmos dinamismo à equação na forma do número ‘3’. Temos então 4 + 3 = 7 e 4 x 3 = 12, nos dando ‘7’ e ‘12’ como os números do que podemos chamar de complexo. Não precisamos trazer exemplos de como esses números estruturam a nossa compreensão da realidade.


Se o ‘4’ é a cruz elementar, o ‘3’ pode ser descrito como a qualidade dinâmica dos arquétipos. Temos que a divisão em ‘3’ deve ter uma conotação de movimento. Essa divisão é vista no conceito de ‘qualidade’: cardeal, fixo, mutável. No entanto, preferimos o termo ‘movimento essencial’, para fazer justaposição ao termo ‘elemento’.


Tudo que se move se move de acordo com um desses arquétipos. ‘Cardeal’ sugere algo de grande importância – etimologicamente, significa ‘aquilo no qual algo depende’. Não há nada mais essencial a algo, é claro, que seu início – tudo depende do início, algo que é tão óbvio que parece estranho ao ser enunciado. ‘Fixo’ e ‘mutável’ já têm um sentido mais explícito. São essas, portanto, as três formas de movimentação: o movimento iniciático, o resistente, e o solto.


Pode parecer paradoxal falar na resistência, no freio, como um movimento, por sugerir justamente o estático, mas a passagem de um estado de movimento a um estado estático é um movimento per se, tanto quando a passagem do estático ao dinâmico. Toda movimentação pode ser descrita de acordo com esses termos.


Em outras palavras, não há esoterismo nenhum nos termos empregados pela astrologia. ‘Cardeal’, ‘fixo’ e ‘mutável’ são descrições objetivas da própria natureza da realidade. Considere uma vida humana: ela começa no nascimento – ‘cardeal’ –, se consolida como indivíduo – ‘fixo’ –, e segue se adaptando à sociedade – ‘mutável’. Podemos aplicar esse princípio a vários exemplos:

  • Um inseto começa como ovo cardeal, se torna uma larva fixa e termina como adulto mutável, de movimento livre;

  • A água surge da fonte cardeal, se acumula em mares e oceanos fixos, e evapora e torna-se nuvem mutável;

  • Em um carro, há três pedais: acelerador cardeal, freio fixo, e embreagem mutável;

  • A lagarta cardeal se fecha num casulo fixo para depois emergir como borboleta mutável;

  • Deus, no catolicismo, é dito ser três: Pai cardeal, Filho fixo (‘encarnado’), Espírito Santo mutável;

  • E por aí em diante.

Ao combinarmos então os ‘4’ elementos com os ‘3’ movimentos, teremos os ‘12’ signos do zodíaco. Cada movimento é aplicado a cada elemento, ou vice-versa. É por isso que perguntas do tipo “por que Aquário não é de água?” na verdade demonstram a importância de se expor os elementos e os movimentos antes de se falar de signos e tudo mais. “Aquário” nada mais é do que um nome que damos para “ar fixo”, ou seja, representa a tentativa de solidificar e frear o pensamento – por isso Aquário rege o espaço sideral, o ‘macro-espaço fixo’.


Os nomes dos signos são, portanto, mais um apelido do que uma descrição. Temos então a correspondência:


Cardeal: Áries, Libra, Capricórnio e Câncer

Fixo: Leão, Aquário, Touro e Escorpião

Mutável: Sagitário, Gêmeos, Virgem e Peixes


Na parte final da introdução, falaremos sobre os planetas e suas correspondências com os signos através das regências e exaltações.



Bruno dos Santos Costa, astrólogo

Fonte: https://erisastrologia.wordpress.com/introducao-a-astrologia-os-tres-movimentos/

 
 
 

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