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Capricórnio: conclusão

  • Bruno dos Santos Costa
  • Sep 3, 2016
  • 3 min read

“Até que tornes o inconsciente consciente, ele determinará tua vida, e o chamarás de destino.” – Carl Jung

Talvez seja um pouco complicado ‘concluir’ quando se trata de Capricórnio, já que estamos falando de um signo cardeal, ou seja, com conotações de ‘início’ muito mais do que de ‘final’, mas vale ao menos fazer uma ponte para o próximo capítulo. Na Introdução, enfatizamos o caráter de ‘falha’ atribuído ao bode, e o primeiro passo a ser dado face a uma falha é o reconhecimento desta – assim como o tratamento de um alcóolatra, por exemplo, deve sempre começar com uma aceitação da condição de alcoolismo.


Por outro lado, ao mesmo tempo que devemos reconhecer nossas falhas, o bode também nos lembra que por trás delas há uma série de sucessos. Afinal, se pretendemos fazer algo em relação a essas falhas, devemos ter algo no qual podemos nos apoiar – é através de minhas qualidades que poderei transmutar meus defeitos. Sendo assim, o signo do ‘carma’ nos encoraja a olhar não só para aquilo que ainda não foi aprendido como também para aquilo que já o foi.

No capítulo sobre a psicologia de Capricórnio, ligamos o bode ao ‘medo’. Sendo assim, podemos abranger o conceito e considerar a figura da ‘sombra’. A sombra, pensando literalmente, é formada por uma estrutura sólida que impede a passagem da luz. Por analogia, a sombra psicológica pode ser definida como aquele aspecto do indivíduo que faz parte de sua estrutura, mas sobre a qual não há luz, ou seja, não é consciente.


Nos contos e histórias, o antagonista representa um aspecto do psiquismo do protagonista que ele ainda não integrou à consciência, e que portanto ele enfrenta sob forma de um ‘destino’ que apenas aparenta vir ‘de fora’. Por mais que a astrologia tradicionalmente associe o ‘inimigo’ ao signo de Libra, ou à 7ª Casa, Libra representa um aspecto que se apresenta claramente a nossa consciência, que podemos facilmente enxergar a partir do Ascendente. O ‘inimigo’ de Libra é portanto aquele que enfrentamos numa competição justa, com regras e definições claras de sucesso – por exemplo, como nos esportes. Capricórnio que é o verdadeiro ‘vilão’ amedrontador.


No filme O Cavaleiro das Trevas, essa distinção é bem clara. De um lado, temos o Duas-Caras, o promotor de Gotham que representa um aspecto de Bruce do qual ele já é consciente. Ele sabe que é um ser ‘dual’, se apresentando tanto como o playboy Bruce Wayne quanto como o herói Batman. Ele se percebe como um justiceiro que busca a ordem, e que não hesita em abraçar a escuridão.

Mas de outro lado há o Coringa, que constantemente frustra Batman por não se encaixar em nenhuma categoria, por não ser previsível. Batman é tão preocupado com a ‘ordem’ que acaba renegando seu lado ‘caótico’, e esse aparece portanto como um ‘agente destruidor’ – por oposição a ser um ‘agente desconstruidor’. O Coringa mostra ao Batman que por mais que ele tente enquadrar as coisas como ‘certas’ ou ‘erradas’, a vida é caótica e está constantemente mudando, e é preciso portanto saber lidar com a mudança também.

Por mais que Batman aceite que ele é o ‘cavaleiro das trevas’, e que a natureza de seu ser o leve a operar ‘à noite’, ele ainda não reconhece a arbitrariedade de seu código moral. Ou seja, o Batman ainda vive uma fantasia que cabe a ele ‘salvar’ os outros, mesmo que o ‘destino’, personificado no Coringa, o mostre que há um perigo, um risco inerente à vida. Batman precisa entender que a ele não cabe salvar os outros, apenas salvar a si mesmo.


O bode pode ser visto então como o ‘sofrimento necessário’, a dor que leva ao crescimento. É a cruz que todos carregamos, e que ninguém poderá carregar por nós. Sendo assim, a 10ª Casa e o signo de Capricórnio em nossos mapas nos mostram a dor que escolhemos viver ao descer ao mundo material, ao espaço tridimensional. A dor é um sinal de incômodo enviado pelo próprio corpo, direcionando nossa atenção a um aspecto de si que busca vir à consciência.


Para tanto, é preciso separar o joio do trigo, ou seja, diferenciar entre o sofrimento necessário e o desnecessário. Eis a jornada zodiacal. Caminhando pelo mapa, a consciência vai desdobrando os diversos aspectos da ‘encarnação’ representados no mapa, a fractal segundo a qual a vida do indivíduo se desenrolará. Enquanto não ‘abraçarmos nosso destino’, estamos fadados a enfrentar diversos ‘coringas’.


De Capricórnio passaremos a Aquário. A função estruturante do superego de Capricórnio é absolutamente essencial à manifestação física. No entanto, como o ambiente a nossa volta está em perpétuo fluxo, essa estrutura precisa mudar também. Cabe a Aquário, o signo seguinte, quebrar as estruturas, causar uma ‘separação’ que permitirá a evolução, lenta e gradual, do ‘esqueleto’. Antes de descermos da montanha em direção ao ‘paraíso na Terra’, precisamos dar um pulo no espaço sideral.



Bruno dos Santos Costa, astrólogo

Fonte: https://erisastrologia.wordpress.com/capricornio-conclusao/

 
 
 

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