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Capricórnio: psicologia

  • Bruno dos Santos Costa
  • Aug 24, 2016
  • 12 min read

“Ninguém que, como eu, faz aparecer o mais maligno daqueles semi-domesticados demônios que habitam a fera humana, e procura lutar com eles, pode esperar sair da luta ileso.” – Sigmund Freud



O superego e a postura defensiva


Ao longo de sua carreira, Sigmund Freud ‘pariu’ e ‘nutriu’ a psicologia como a entendemos hoje, e talvez sua maior contribuição ao conhecimento (‘sabedoria’ são outros 500…) humano seja o conceito do ‘inconsciente’ – apesar de não ser o único: como aconteceu com o cálculo, o inconsciente foi descoberto ao mesmo tempo por duas pessoas, Freud e o pouco conhecido Georg Groddeck.


A ‘base de operações’ de Freud era sua divisão do psiquismo humano em três ‘órgãos’: superego, ego, e id – e foi de fato o trabalho de Groddeck que ajudou Freud a conceituar o que viria a chamar de ‘id’. No capítulo sobre Câncer veremos por que talvez Groddeck estivesse mais ‘bem posicionado’ para realmente ‘sacar’ o inconsciente. Como nossa própria base de operações é a cruz elementar, acreditamos que faltou um órgão psíquico na concepção de Freud, uma falta refletida em seu próprio mapa, no qual o elemento Fogo é o mais fraco; daí a ‘indiferenciação’ da parte de Freud dos dois órgãos do eixo horizontal Fogo-Ar.

Mas o que nos interessa aqui é o eixo vertical Terra-Água, o eixo inconsciente. Esse eixo é a representação de nosso lado ‘reativo’, e a reação pode se dar duas formas: ou enrijecemos (Terra) ou nos adaptamos (Água). É a partir dessa ‘reação seca’ que formamos nossa estrutura. Do ponto de vista do feto, por exemplo, toda matéria que recebe da mãe será ou ‘adicionada’ à estrutura ou ‘subtraída’ e retornada à mãe. Sendo assim, podemos dizer que o signo cardeal de Terra, Capricórnio, corresponde a nosso mecanismo ‘auto-preservativo’, o superego.


Como o signo de Capricórnio, no movimento ‘natural’ anti-horário dos astros, vem antes de Áries, o signo do nascimento, tendemos mais para a perspectiva de Melanie Klein do que a de Freud. Para Freud, o superego é formado ao longo dos primeiros anos de vida, sobretudo com a internalização das regras através da palavra do pai. No entanto, Klein supôs que o superego ‘já estava lá’ no momento do nascimento, pois percebia dinâmicas superegóicas em infantes, antes da suposta fase edípica.


Essa explicação condiz com o caminho do desenvolvimento sugerido pelo zodíaco, e de fato nosso superego seria o primeiro órgão psíquico a se desenvolver (daí o motivo de começarmos por Capricórnio). O superego é a dinâmica inconsciente cuja função é a preservação do corpo material e a manutenção do status quo. Por isso não gostamos da noção psicanalítica de que o “o ego resiste à mudança”, pois na verdade essa não é função do ego, ao menos não na divisão em cruz da psique.


Ora, nosso corpo é exatamente constituído de ‘matéria prima’ que não provém de nós mesmos, e sim, direta- ou indiretamente, do mundo a nossa volta. Portanto, por analogia, nosso superego é constituído a partir de mecanismos de sobrevivência que não são propriamente nossos, mas que herdamos de nossos antepassados através do DNA. Podemos assim dizer que Capricórnio nossa ‘postura defensiva’: em uma situação de perigo, de forma a favorecer a disseminação do DNA, a energia psíquica é transferida para o superego, e a mente racional passa para o segundo plano.


Essa ameaça que ativa nossas defesas pode ser tanto externa (ex.: uma onça) quanto interna (ex.: nossa sombra – nossa reação dependerá da medida na qual ‘questionamos’ as estruturas que internalizamos tanto durante a gravidez quanto na infância (na fase adulta, já temos a capacidade de questionar uma ‘regra’ antes de a adotarmos). Mais uma vez, chegamos no conceito de Capricórnio como a ‘defesa contra a anarquia’, as ‘leis’ que garantem nossa sobrevivência, e para que essas leis sejam respeitadas, o Sistema precisa de um ‘braço armado’ – a polícia.

No começo da década de 80, o ator Leslie Nielsen, passando por seu segundo retorno de Saturno, finalmente começou a ter o sucesso profissional que sempre buscou. Saturno é um astro particularmente importante no mapa de Leslie, pois é o dispositor de todos os astros pessoais de seu mapa. Não surpreende, portanto, que sua estrela tenha demorado tanto para brilhar – afinal, capricornianos “nascem velhos e morrem jovens”. O ‘peso’ relativo de seu Saturno certamente fez com que grande parte do ‘potencial’ de Leslie tenha ficado ‘latente’, num ‘estado gestacional’ – a presença de Saturno na Casa 10 tende a direcionar sua libido ao 4º quadrante, nosso setor ‘pré-nascimento’.


Em 1980, sai o filme Apertem os Cintos…o Piloto Sumiu!, e Leslie foi escolhido para o papel justamente devido à seriedade com a qual encara situações humorísticas. Supostamente, o ator conseguia manter essa seriedade porque não entendia as piadas escritas pelos roteiristas, e o humor é justamente baseado nos contrastes (daí a associação da ‘comédia’ ao elemento Ar – que certamente não falta no mapa de Leslie), nesse caso a ‘frieza’ do protagonista diante dos ‘absurdos’ eventos do filme. No lançamento do filme, Urano transitava pela Casa 10 do ator, e certamente deve um impacto ‘revolucionário’, não só em sua carreira, como no cinema: o filme é considerado pelo American Film Institute como uma das 10 melhores comédias de todos os tempos.


No entanto, o ‘piloto de avião’ é um personagem aquariano, então entraremos mais em detalhes acerca do seu segundo papel icônico. Mesmo após o sucesso de Apertem os Cintos, Leslie teve dificuldade para manter esse padrão, e a série que protagonizou em 1982 durou apenas seis episódios, apesar da boa crítica. Seria necessário que Saturno completasse sua segunda volta em torno do mapa de Leslie para que ele ‘parisse’ seu mais célebre papel, o tenente Frank Drebin, da série Corram que a Polícia Vem Aí. Oprimeiro filme saiu em 1988, com Saturno se aproximando do Ascendente do ator.


Tendo o 1-Ascendente e 1-Marte em 10-Capricórnio, seu mapa possui duas ligações 1-10 fortes, explicando sua facilidade ao interpretar o ‘braço armado da Lei’ – afinal, o 10-Sistema, por si só, não é dotado de um 1-arsenal. De fato, Marte em Capricórnio no Ascendente é o prototípico ‘homem da Lei’, que usa sua arma para defender o Sistema contra a anarquia. Ora, como já foi explicado várias vezes acima, o Sistema precisa passar por ‘reformas’ progressivas para que o ‘policial’ não se transforme num ‘ditador’ (cf. a violência policial no Brasil e nos EUA): é preciso dar espaço ao ‘sentimento’.


No filme, o departamento do tenente Drebin é responsável pela segurança na visita da rainha da Inglaterra, e ele deve impedir um complô que levaria ao assassinato da rainha – repare na quadratura em T salientada no mapa, com o Sol em Aquário (herói comediante) fazendo oposição a Netuno em Leão (complô contra a realeza), ambos quadrados a Saturno em Escorpião (vilão traiçoeiro). Devido à ênfase exagerada dada ao superego pelo protagonista, sua tendência foi de ‘reprimir’ os sentimentos, e assim ele se tornou uma pessoa fria e séria.


Tomando o filme como representação das dinâmicas psíquicas do personagem central, vemos aí uma tentativa, da parte do superego, de ‘assassinar a realeza’, ou seja, de ‘castrar’ a ‘realização’ do protagonista, pois isso requer ‘mudança’. Para impedir o crime, o tenente Drebin precisa entrar em contato com seu lado sombrio: seus sentimentos, representados positivamente na figura da secretária, Jane, pela qual ele se apaixona. Como o tenente inicialmente projeta seu lado 4-sentimental, sobre essa representação de sua anima, a ameaça contra a ‘rainha’ permanece mesmo após ele incapacitar o assassino original.


Esse assassino não era diretamente o vilão, e sim um jogador de baseball que iria cometer o crime devido a uma ‘sugestão hipnótica’. Se o vilão representa nossa sombra, nossos potenciais não-vividos, resulta que ele pode ser visto como uma manifestação extrema do ‘id’ do tenente Drebin – um ‘id’ que irá ‘possuir’ os diversos personagens do psiquismo dele até que ele expresse esse potencial latente. Por isso, não bastou ele impedir o jogador – sua sombra simplesmente possuiu outro personagem, nesse caso a representação de sua anima.


Ora, ele não poderia simplesmente dar um tiro em Jane, que também estava sob sugestão hipnótica, pois estava justamente apaixonado por ela. É então que o tenente capta a ‘mensagem’ que sua anima queria lhe enviar: é preciso expressar os sentimentos. Ao confessar seu amor por Jane, ele quebra o ‘transe’, e a rainha é salva. Frank finalmente entendeu que não basta seguir a Lei: é necessário, antes de mais nada, seguir o coração.


O medo: Jung e a sensação introvertida


Talvez pareça injusto atribuir o ‘medo’, uma palavra com conotações tão negativas, ao signo de Capricórnio, mas lembramos que o medo também tem seu papel em nossa sobrevivência. Poderia ser argumentado, inclusive, que o medo é absolutamente fundamental a nossa existência. O que é preciso entender é que esse medo existe para que seja transmutado em a/Amor. Sendo assim, é necessário que o significado de medo esteja bem claro.


Como somos fãs da cruz elementar, nos parece natural recrutar Carl Jung para nos ajudar nessa tarefa. Para Jung, o ego pode ser divido em quatro ‘funções’ essenciais, correspondentes aos quatro elementos da natureza. A função que corresponde ao elemento Terra é a ‘sensação’, nossa percepção sensorial de estímulos externos (e internos), profundamente ligada ao corpo físico. No diagrama elementar, temos o seguinte esquema:

Graficamente, podemos representar as ‘direções’, simplificando bastante, da seguinte forma:

Tomando emprestado o conceito da Freud Astrology, representamos o ego como duas “lentes” convexas, uma virada para o mundo físico e outra para o mundo interno. Nesse esquema, a sensação é, essencialmente, a recepção de informação, de diversas fontes, por parte da mente. Essa informação será comunicada indiretamente ao ‘inconsciente’. Como atributo feminino, a sensação é aquele aspecto de nós que ‘recebe’ do mundo externo (assim como o sentimento recebe do mundo interno).


Jung distinguia não só entre as quatro funções como também entre a direção da interação, o foco estando ora no externo, ora no interno. Para um devido indivíduo, as funções masculinas terão uma polaridade e as femininas a outra. Por exemplo, se minha sensação é introvertida, meu sentimento também o será, e minha intuição e meu pensamento serão extrovertidos. Podemos conceber a sensação introvertida como ligada no que está fisicamente ‘lá fora’, no mundo real, enquanto a sensação extrovertida está ligada a nossa própria existência material (a sensação excessivamente extrovertida leva ao hedonismo, por exemplo).


Isso nos dá 8 combinações diferentes, que não encaixam ainda no zodíaco, mas as coisas começam a sintonizar quando incluímos uma contribuição de Erich Neumann, que sugeriu uma terceira direção, a centroversão (pessoalmente, preferimos o termo ‘ambiversão’): o foco está não no externo ou no interno, mas na ‘troca’ entre os dois. A princípio a ambiversão pode parecer “melhor” que as alternativas, mas o indivíduo ambivertido terá dificuldade em entender o externo ou o interno mais completamente. Agora podemos corresponder essas direções ao signos do zodíaco, como representado abaixo:

Podemos entender, portanto, Capricórnio como representando a sensação introvertida, ou seja, a ligação com o mundo material, com ênfase no que é recebido (ou não!) de fora. O indivíduo com uma grande ênfase em Capricórnio será particularmente suscetível aos ‘sinais’ enviados pelo mundo físico, àquilo que ainda não foi ‘integrado’ a nossa individualidade. É apenas em Touro que ‘ingerimos’ o alimento, ‘internalizamos’ o físico; em Capricórnio apenas sentimos ‘fome’.


Para garantir nossa sobrevivência em um mundo perigoso e hostil, nosso corpo é calibrado para automaticamente supor o pior no caso de um elemento desconhecido. Como Capricórnio representa essencialmente “aquilo que (ainda) não é”, fica claro de onde vem o famoso ‘pessimismo’ do bode: se não sei ainda com o que estou lidando, vou partir do pressuposto que é uma ameaça ou que vai dar errado de alguma forma.


Mas se capricornianos têm uma tendência a se dar bem no mundo material justamente porque estão sempre preparados para o pior, eles também tendem a ‘pecar’ quando se trata do mundo interno. O bode que desce a montanha e chega até a lagoa de Câncer entende que qualquer construção externa é uma mera projeção de uma dinâmica interna, e que nossa ‘carreira’ deve ser uma consequência, e não uma causa, de nossas ações no mundo material.


Se não quisermos ser possuídos pela ‘sombra’, precisamos diferenciar o medo racional (ex.: medo de onças) do medo irracional (ex.: medo de palhaços). Sendo assim, enquanto estivermos à mercê dos elementos e das condições ‘anárquicas’ do mundo natural, teremos grande dificuldade de seguir o caminho do autoconhecimento, pois nossa energia psíquica é primariamente conduzida a nossos mecanismos de sobrevivência, nossos medos. Apenas a luz pode transformar a sombra.


Mãe, governo e ciência: Freud e a repressão


De acordo com Freud, a teoria da repressão é a base sobre a qual se sustenta a teoria psicanalítica. Se nossos instintos pudessem se manifestar livremente, a vida em sociedade seria impossível. Sendo assim, a repressão é de fato um mecanismo de sobrevivência a nível de tribo e espécie. Não seria justo então expor uma visão excessivamente ‘negativa’ da repressão – seria, de fato, uma repressão da repressão.


Esse mecanismo se manifesta mesmo antes de nascermos propriamente. Durante a gravidez, a mãe precisa ‘diluir’ seu senso de identidade a um ponto em que seu mecanismo de defesa repressor não ‘aniquile’ o feto que contém 50% de DNA ‘estranho’. Nossa própria mãe será então o primeiro ‘repressor’ com o qual lidamos, apesar de que não será apenas ela que cumprirá essa função após o nascimento: de fato, quando nosso superego se consolida o suficiente, passamos a ser nossos próprios predadores.


Ao longo da infância, nós internalizamos o ‘dever’ e passamos assim a reprimir ‘sentimentos’, pois ainda não somos capazes de propriamente diferenciar o sentimento da emoção, que é a expressão, através da ação, de algum sentimento. Essa dinâmica chega ao ápice na adolescência (ou seja, no momento da primeira oposição de Saturno, aos 13-16 anos), quando o indivíduo ‘internalizou’ o mecanismo repressor o suficiente para poder ‘lutar’ contra a ‘opressão’ familiar e social que impede o desenvolvimento do ego individual.

Como vimos acima, discordamos de Freud no sentido que associamos o superego mais à mãe do que ao pai – o que não impede, é claro, o pai de ser um agente da mãe repressora (ex.: Darth Vader). De fato, argumentaríamos que nas últimas décadas o verdadeiro significado da figura paterna tem se perdido, e a maioria dos pais (veja como a própria língua portuguesa tem dificuldade de diferenciar ‘pai’ de ‘mãe’ no plural) nada mais são do que pseudo-pais, ou seja, ‘filhinhos da mamãe’ eles mesmos. Certamente o ‘homem da casa’ era aquele que impunha a 10-lei nas circunstâncias espaço-temporais de Freud, mas lembramos que mesmo assim a mãe reprime o infante do seio, assim determinando os ‘limites’, muito antes da figura paterna passar a fazer parte do ‘psicodrama’ da criança.


Quando o indivíduo começa a interagir mais amplamente com a sociedade, sobretudo longe da influência dos pais, ele começa a lidar com outro mecanismo repressor. Considerando que as circunstâncias de nossa primeira experiência com uma devida situação irão determinar todas as subsequentes experiências com a mesma situação, nossa tendência é de gradualmente passarmos a projetar sobre a ‘sociedade’, mais especificamente o ‘governo’, o mesmo mecanismo repressor que inicialmente associamos à mãe. Não surpreende, portanto, que pesquisas mostrem que homens pobres tendem a preferir mulheres com seios grandes, e homens financeiramente estáveis tendem a preferir seios menores: o fato de o homem pobre gostar de peito grande é uma projeção de um desejo de ‘nutrição’ que a sociedade não o oferece.


Se a repressão é excessiva, o agente repressor deixa de ser uma ‘mãe’ e passa a ser um ‘vilão’, e todo vilão tem seu exército de ‘capangas’ – geralmente soldados anônimos indiferenciados. Os vilões de Guerra nas Estrelas, Darth Vader e o Imperador, operam no mundo através de seus exércitos de stormtroopers, que são literalmente clones nesse caso. Quando o capanga é um indivíduo (ex. Lando Calrissian), é apenas uma questão de tempo até alguma coisa dar errado para o vilão. Toda repressão excessiva acaba gerando um ‘câncer’.


Essa dinâmica fica perfeitamente clara em Matrix, dos irmãos Wachowski. Não se sabe a hora de nascimento de Lana, mas Andy tem o Sol em Capricórnio na Casa 2, indicando uma tendência a 5-expressar 2-concretamente o 10-superego. As máquinas no filme são representativas de uma sociedade que deu espaço demais para o Sistema, que reprimiu a individualidade a ponto de que os seres humanos não são nada mais do que ‘baterias’. Não é à toa que o nome de Neo é Thomas Anderson: transliterado, significa ‘gêmeo filho do homem’, ou seja, apenas mais um ‘clone’ que trabalha num ‘cubículo’ para uma corporação sem rosto.

O Sistema busca reprimir os indivíduos para mantê-los numa bolha fantasiosa, pois assim não haverá mudança real e o status quo permanecerá. Ora, a natureza é permanentemente dinâmica, então um ‘câncer’ aparece na forma de Morpheus – um nome que por si só já sugere ‘mutabilidade’. Ora, qual é a reação do corpo ao detectar uma ‘mutação’? Ativar o sistema imune, os macrófagos ‘agentes’, que se ‘multiplicarão’ na quantidade que for necessária. É apenas com um ego individual desenvolvido que Neo poderá enfrentar e derrotar os agentes.


No final do primeiro filme, Neo ‘entra’ no agente Smith e o explode, indicando aí uma ‘integração’ do superego – ele se torna o ‘Messias’, a conhecida figura solar que morre e renasce. No entanto, nos outros dois filmes Neo passa a entender que ele é apenas “mais um messias” e que Zion é “mais uma Jersualém”. Por mais que ele tenha uma 7-aliada em Trinity, ele ainda tem um 7-inimigo, Cypher, que lhe mostra que ainda tem muita repressão a ser diferenciada: ser ‘único’ não significa ser ‘especial’.


O filme nos mostra igualmente o lado ‘negro’ da ciência: não adianta termos domínio sobre a natureza (ex.: energia nuclear) se esta for usada para fins nefastos (ex.: bomba nuclear). Como a natureza, através das leis da física, impõe ‘limites’ à manifestação de nossa vontade, não requer um pulo muito distante para associarmos nossa relação com a ‘ciência’ a nossa relação com a ‘mãe’. Repare que os mais ardentes defensores da ciência tendem a ser excessivamente apegados à mãe, devido a uma figura paterna ausente ou fraca.


É justamente essa ligação que permite aos ‘arcontes’, os agentes da repressão autoritária, usar a máscara da ciência para justificar suas ações. Não duvide que o Terceiro Reich tinha todo tipo de justificativa ‘científica’ para o Holocausto, assim como os antigos proprietários tentavam usar a ciência para racionalizar a escravidão. A ciência por si só é moralmente neutra, assim como as leis e tradições de uma devida sociedade. A moralidade é inteiramente subjetiva, uma busca que vai no caminho inverso da objetividade científica.


Dessa forma, fica claro por que Freud falhou em sua missão de tornar a psicologia em uma ciência: elas são diametricamente opostas. A ciência lida com o mundo natural e realidade objetiva (na medida em que ela realmente ‘existe’), ao passo que a psicologia é o enfrentamento da subjetividade e da alma moral. Tornando à simbologia de Matrix, toda psique estará constantemente vivenciando uma batalha entre as 10-máquinas e 4-Morpheus – ou se preferirem Guerra nas Estrelas, entre o 10-Império e os 4-rebeldes. A única coisa que realmente importa são as escolhas que fazemos como indivíduos no dia-a-dia. O resto, como o Arquiteto explica a Neo em Matrix Reloaded, são meramente as condições determinadas “antes” da encarnação, escolhas que já foram feitas.



Bruno dos Santos Costa, astrólogo

Fonte: https://erisastrologia.wordpress.com/capricornio-psicologia/

 
 
 

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