top of page

Mobilidade urbana e as mulheres

  • Adriana Souza
  • Jan 23, 2017
  • 2 min read

A mobilidade urbana com foco na mobilidade a pé é ainda um tema muito incipiente no Brasil, entretanto estudar a mobilidade a pé na perspectiva da mulher é, além de um tema novo, ousado e motivador, sobretudo desafiador. Estou me tornando uma pesquisadora apaixonada por temas que abordam mulheres e suas incansáveis lutas. Digamos que não apenas uma apaixonada, como também, uma defensora dos direitos de um gênero considerado, muitas vezes, frágil, incontrolável, imaturo e insignificante nos mais diversos campos da ciência.


Vivendo em um país extremamente patriarcal, racista e de dicotomias cada vez mais fortes, iniciei uma pesquisa na tentativa de entender certas respostas prontas, que muitas vezes, eram capciosas demais para aceitá-las. No Brasil mais de 80% das pessoas estão vivendo em áreas urbanas e, segundo pesquisa realizada pela ONU Mulheres, 95% das mulheres e 81% dos homens consideram o país machista, o que reforça a triste realidade da taxa de feminicídios no Brasil, que em 2016, foi a quinta maior do mundo.


Após refletir sobre esses números e muitos outros, concluí que já tínhamos passado da hora de cuidar desse território plural, aberto à manifestação de opiniões e ações de convergência e divergência, formando um verdadeiro emaranhado de sentimentos, pessoas e espaços chamado cidade.

Nossas cidades estão enfermas, reflexo de uma sociedade adoecida, que perpetua uma cultura dicotômica, retrógrada, patriarcal, racista e sexista, onde as decisões políticas, estratégicas, urbanas não apenas limitam, reprimem e menosprezam a perspectiva racial, cultural e socioeconômica, como ignoram a perspectiva da mulher reafirmando a desigualdade de gênero. Essa realidade repercute, penosamente, o papel da mulher nas cidades brasileiras, que há anos encontra-se marginalizada, reprimida, violentada nos seus direitos de usufruir o espaço público e na ocupação de postos de trabalho.


Esse diagnóstico mostra, além de resultados insatisfatórios e precários de infraestruturas de mobilidade urbana, educação, moradia e lazer, que as cidades enfrentarão um enorme desafio para reverter esse quadro enfermo. Repensar e reorganizar a maneira de prover a educação, saúde, mobilidade urbana, espaços seguros, espaços diversos e acessíveis, postos de trabalho, entre outros temas, é vital para a vida das cidades e nas cidades.


Por isso, a análise de espaços urbanos na perspectiva da mulher é rica, pois, além de incluir as necessidades básicas de mais da metade da população brasileira, inclui a percepção do espaço público, os sentimentos de apropriação ou medo, as visões sobre mobilidade urbana e acessibilidade, ainda pouco explorada e pesquisada.


Desta forma, o questionário intitulado "A percepção da mulher e a mobilidade a pé", faz parte da minha pesquisa de Doutorado e tem como objetivo avaliar a percepção da mulher ao se deslocar a pé pela cidade, buscando entender quais são os principais fatores que levam a mulher a se deslocar ou não se deslocar a pé pela cidade.


Para responder, clique no link abaixo

https://www.onlinepesquisa.com/s/259825e



Adriana Cristina Silva Souza, aluna do Programa de Pós-Graduação em Transportes (PPGT) da Universidade de Brasília

 
 
 

Comments


Siga o coletivo Inconsciente:
  • Facebook Social Icon
  • YouTube Social  Icon
  • Instagram Social Icon
 POSTS recentes: 

© 2016 por coletivo inconsciente.

bottom of page